A presidente não me deixa estudar e eu não sei mais se quero. Falta verba pra tudo nesse país menos pra exibicionismo hipócrita. Hipócrita, hipócrita, gosto do jeito que essa palavra soa, parece um cuspe… um tapa. Mas a população ainda chupa incansavelmente os jogadores de futebol e eu continuo não vendo retorno nenhum. Tropeço em uma greve nova cada vez que viro a esquina, e o governo parece ser ridiculamente surdo. Tem gente morrendo pelo descaso deles, quem se importa? Os rostos nunca foram tão tristes, os corpos nunca tão cansados. A guerra da maioria de nós não exige armas ou sangue, mas choramos em lágrimas e suor. Não sei mais se essa história de não desistir nunca é orgulho brasileiro ou manipulação de quem vai nos explorar até não restar sonho nenhum. O ano se arrasta lentamente, e todo mundo implora um pouco, um resto que seja, de esperança. Mas tudo bem, relaxa, logo vem o reveillon e todo mundo esquece que de vez em quando é uma bosta acordar. Logo vem o reveillon e todo mundo pede pra dormir em paz. — Sofia

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