Estou
desconfiada. O cabeleireiro novo me chama de amor. Entro na loja e a
vendedora diz sorrindo “oi, amada”. Não quero ser o amor de quem acabei
de conhecer e entreguei meus lindos cabelinhos. Não quero que a
vendedora me olhe e diga “amada, essa calça ficou linda em você”.
Desculpe, é que tenho um profundo respeito pelas palavras. Nunca na
minha vida disse eu-te-amo sem sentir. Quem eu amo, amo. Para quem a
gente não ama existem tantas coisas: gosto-muito-de-você, gosto-de-você,
eu-te-adoro, você-é-importante-pra-mim. Pra amar, tem que conhecer. (…)
Guarda o amor pra quando for sentimento. Guarda o amor pra quando for
verdade.
— Clarissa Corrêa
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