Eu gosto de andar pela rua, bater papo, de lua e de amigo engraçado. Eu gosto do volume, do perfume, do ciĂșme, do desvelo e de abraço apertado. Eu gosto de artistas diversos de crianças de berço e do som do atchim. Tem gente, muita gente que eu gosto, que eu quase aposto que nĂŁo gosta de mim. Eu gosto de quem sempre acredita que a violĂȘncia Ă© maldita e jĂĄ foi longe demais. Eu gosto de inventar melodia, da palavra poesia e de palavra com til. Eu gosto Ă© de beijo na boca de cantora bem rouca e de morar no Brasil. Eu gosto assim de quem Ă© eterno de quem Ă© moderno e de quem nĂŁo quer ser. Eu gosto de varar madrugada, de quem conta piada e nĂŁo consegue entender. Eu gosto de quem quer dar ajuda e acredita que muda o que nĂŁo anda legal. Eu gosto Ă© de ver coisa rara. A verdade na cara Ă© do que gosto mais. Eu gosto porque assim vale a pena, a nossa vida Ă© pequena e tĂĄ guardada em cristais. Eu gosto Ă© que Deus cante em tudo e que nĂŁo fique mudo morto em mil catedrais. (Oswaldo Montenegro)
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